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A lama que mata nas estradas brasileiras

Crédito: Agência Brasil.

 

Everton Pedroso, presidente da APOIA

As imagens chocantes da tragédia ocorrida na última sexta-feira (25) em Brumadinho (MG) não saem da cabeça dos brasileiros nos últimos dias. Nesta quarta-feira (29) logo cedo, os engenheiros que atestaram a estabilidade da barragem e assinaram o laudo de vistoria da barragem para a Vale do Rio Doce foram presos.

Até agora já foram confirmadas 65 mortes. Esse número pode passar de 300, porque até o momento 288 pessoas ainda estão desaparecidas. Em 2015, foram 19 mortos em Mariana (MG), em uma situação bastante semelhante.

Sim, esses números impactam. Vidas, uma ou várias, quando chegam ao fim de forma trágica, encerram projetos, sonhos e destroem famílias.

No trânsito brasileiro, a situação é ainda mais grave. Em 2017, o número de mortes nas ruas e estradas do país passou de 41 mil vítimas. Pesquisas mostram que outras milhares ficam com sequelas. Mas esses números não chocam mais a população. Não há lama, não há multinacional de renome e nem responsáveis técnicos presos.

Crédito: Divulgação PRF.

Trânsito brasileiro mata mais de 40 mil pessoas todos os anos.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, as falhas mecânicas são a quarta maior causa de acidente declaradas pelos motoristas no Brasil. Perdem apenas para falta de atenção, excesso de velocidade e desobediência à sinalização. Estão à frente de questões como não manter distância segura e ultrapassagens indevidas.

Em outra pesquisa, o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) aponta que cerca de 5% dos acidentes têm motivação em falhas no veículo. Pode até parecer pouco na proporção, mas em um país onde o trânsito é considerado o quinto mais violento do mundo, esse índice ganha proporções assustadoras.

O Código de Trânsito Brasileiro exige que determinados tipos de veículos, usados em caráter comercial ou de prestação de serviços, passem por inspeções veiculares regulares. O objetivo é certificar que ele está em boas condições de uso e de tráfego e tem autorização para circular.

A dúvida que paira nessa hora é a seguinte: da frota que deveria ser inspecionada, qual o porcentual está com a documentação regular e apta para transitar? Mais grave ainda: desse total que conta com a certificação, o processo de inspeção corresponde a todas as exigências de órgãos como Inmetro, Denatran e Conama?

Será que se, ao aumentar o rigor na fiscalização desses veículos, não teríamos menos ocorrências e menos mortes? Quantas Brumadinhos e quantas Marianas seriam poupadas?

O sangue que escorre pelas ruas e estradas brasileiras é tão tóxico quanto a lama das barragens. A diferença é que ele cai em porções graduais e, por isso, choca menos e é incapaz de sensibilizar os nossos gestores.

 


Diretor da APOIA é entrevistado do Pé na Estrada

Rubem Melo fala ao Pé na Estrada sobre o trânsito de caminhões com eixo suspenso.

O Programa Pé na Estrada do dia 13 de janeiro reapresentou uma matéria exibida originalmente em junho do ano passado, em que aborda a polêmica envolvendo o tráfego de caminhões com eixo suspenso. Um dos entrevistados foi o engenheiro mecânico Rubem Penteado de Melo, especialista em Segurança Viária e vice-presidente da Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção Acreditados (APOIA).

De acordo com Melo, suspender o primeiro eixo da carreta vazia proporciona maior segurança aos motoristas e demais usuários das rodovias. Mas o engenheiro destaca que isso só é válido para os casos em que o veículo está sem carga, caso contrário o risco de acidentes é ainda maior. A suspensão de pagamento de pedágio em rodovias estaduais para caminhões com o eixo suspenso foi uma das conquistas dos caminhoneiros durante a greve realizada em maio de 2018.

Veja a matéria completa.

 


Ônibus que se envolveu em acidente em Campo Mourão estava irregular

O ônibus da Viação Mourãoense que caiu numa ribanceira às margens da Estrada da Boiadeira (BR-487, no quilômetro 177) na madrugada de quarta-feira (28) e resultou na morte de dois trabalhadores de um frigorífico da região de Campo Mourão estava circulando de forma irregular pelas rodovias. O veículo não tinha licença e nem registro junto ao Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), que são algumas das exigências para se realizar o transporte de passageiros.

Para ser utilizado como meio de transporte de passageiros, os veículos – sejam eles vans, ônibus ou micro-ônibus –, precisam estar adequados conforme as exigências do Decreto Estadual 1821/2000, que estabelece o regulamento dos serviços de transporte rodoviário de passageiros, além de possuir Licença de Fretamento.

Uma das suspeitas levantadas no acidente é a de que houve falha mecânica no ônibus, o que levou o motorista a perder a direção. Veículos que realizam transporte de passageiros passam, obrigatoriamente, por inspeção veicular anual.

A advogada Fernanda Kruscinski, assessora jurídica da Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção Acreditados – APOIA, aponta a falha na fiscalização dos órgãos competentes. “Se existisse uma fiscalização constante, esse episódio poderia ter sido evitado”, afirma.

Acidente

Duas pessoas morreram e 26 ficaram feridas, algumas em estado grave, no acidente envolvendo trabalhadores que seguiam para o trabalho em um frigorífico na região de Campo Mourão, no centro-oeste do Paraná. O acidente aconteceu na BR-487.

Em nota, o DER afirma que a fiscalização do transporte comercial é realizada em todo o Paraná, com pelo menos uma operação de grande porte por mês em cada região. Ainda segundo o DER, a Viação Mourãoense é registrada no órgão, porém não consta o registro do veículo para realizar serviço de transporte intermunicipal e não há a regularização da licença nos últimos dois anos.

 


APOIA convoca associados para assembleia

Assembleia da APOIA acontece em dezembro.

A Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção Acreditados – APOIA vai realizar, no dia 8 de dezembro, em Curitiba, a assembleia geral da entidade. O objetivo da reunião é apresentar um balanço de todas as ações realizadas ao longo de 2018 e promover um debate para definir as atividades da associação para o próximo ano.

A participação de todos os associados é fundamental. O objetivo da APOIA é representar os interesses de todos os membros, presentes em todas as regiões do Paraná. Para isso, é necessário a colaboração coletiva para que, democraticamente, seja possível decidir as próximas iniciativas da entidade.

A assembleia será realizada na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Avenida Comendador Franco, 1.341, Jardim Botânico, Curitiba. Esperamos todos lá!

 


Justiça suspende a implantação de novo modelo de placas de veículos no Brasil

 

Brasil é o terceiro país do Mercosul a padronizar as placas de trânsito.

Decisão liminar atende a pedido de entidade que argumenta ilegalidade na forma de credenciamento das empresas fabricantes

Uma liminar da desembargadora federal Daniele Maranhão da Costa, do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, suspendeu a implantação do novo modelo de placas para os veículos brasileiros que deveriam seguir o padrão Mercosul. A decisão, que suspendeu os efeitos das resoluções 729/2018 e 733/2018 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), atende a um pedido da Associação das Empresas Fabricantes e Lacradoras de Placas Automotivas do Estado de Santa Catarina (Aplasc).

Para o presidente da APOIA – Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção Acreditados, Everton Pedroso, essa nova decisão causa insegurança jurídica ao segmento. “Desde o início do ano o mercado vem se adequando para atender às exigências da lei. O Rio de Janeiro é o primeiro estado habilitado para utilizar esse novo modelo de placa”, comenta. Pedroso destaca que a previsão era de que até o final deste ano todos os Detrans do Brasil estivessem homologados para implantar o novo modelo.

De acordo com o agravo da Aplasc, há ilegalidade no procedimento porque as resoluções do Contran atribuem competência ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para realizar o credenciamento de empresas fabricantes e estampadoras de placas, em descompasso à atribuição conferida aos órgãos de trânsito estaduais (os Departamentos de Trânsito).

O Brasil é o terceiro país a adotar esse modelo, que já está em uso no Uruguai e na Argentina. A previsão do Denatran era que, até 2023, toda a frota de veículos brasileira estivesse usando as novas placas, que têm quatro letras e três números.