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34% da frota de veículos movidos a GNV no Paraná está irregular

 

Pesquisa realizada pela Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção Acreditados (APOIA) mostra que mais de 13 mil automóveis registrados no estado circulam de forma irregular

 

Curitiba, agosto de 2019 – Quase 13 mil veículos abastecidos com gás natural veicular (GNV) no Paraná estão em situação irregular. Uma pesquisa realizada pela Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção Acreditados (APOIA) mostra que 34,8% dos veículos que optaram por fazer a conversão de combustível estão circulando sem inspeção de segurança veicular, o que acaba colocando em risco a vida de outras pessoas. O levantamento foi realizado entre os meses de junho e julho e divulgado nesta terça-feira (6), em Curitiba.

A pesquisa mostrou ainda que 92% dos postos não exigem a apresentação do selo GNV dos motoristas que optam pelo gás natural. Desde 2017 o Paraná conta com uma normativa (Lei 18.981/2017) que prevê a obrigatoriedade da apresentação do selo de regularidade para abastecer o veículo. A lei foi criada para aumentar a segurança dos usuários e dos trabalhadores dos postos, na tentativa de evitar acidentes ocasionados por irregularidades na instalação do kit gás.

O Paraná conta hoje com 36 postos de GNV. Desses, 32 (89%) estão localizados em Curitiba e nos municípios da Região Metropolitana. Os outros quatro postos estão no Litoral (Paranaguá); no Norte (Londrina); e dois na Região Central, na cidade de Ponta Grossa.

Frota irregular

 

 

A frota no Paraná ultrapassa os 7,3 milhões de veículos registrados, segundo o Departamento de Trânsito (Detran-PR). Destes, 37.066 (0,5% da frota) fizeram a conversão para o GNV e deveriam passar por inspeções veiculares periódicas. A advogada Fernanda Kruscinski, assessora jurídica da APOIA, explica que a legislação brasileira permite o uso do GNV como combustível veicular desde que sejam atendidas as modificações previstas em lei, principalmente quanto ao requisito segurança.

A advogada comenta que, por questões de segurança, uma das exigências da lei é que esse tipo de procedimento seja feito exclusivamente em empresas credenciadas pelo Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). Depois da instalação do kit de conversão para GNV, os veículos devem passar por inspeção técnica para receber o certificado de segurança veicular, item necessário para que o proprietário do veículo possa regularizar a documentação junto ao Detran e trafegar com segurança.

Em 2018, a APOIA entrou com uma ação civil pública contra o Governo do Paraná devido à falta de exigência do selo GNV nos postos de combustíveis no momento de abastecer veículos com gás natural veicular. A ação está em tramitação na Justiça. O PROCON também foi notificado para auxiliar no cumprimento da lei, mas não realizou nenhuma ação de fiscalização desde 2017, quando ocorreu a primeira notificação ao órgão.

Vítimas

 Fernanda Kruscinski alerta que as ocorrências envolvendo veículos abastecidos irregularmente com GNV vêm aumentando em todo o Brasil. Somente no estado do Rio de Janeiro foram dois acidentes graves em um período inferior a 30 dias. No último sábado (3), um homem morreu no Rio de Janeiro após ter sido atingido por um cilindro de GNV. O equipamento foi ejetado de um carro que explodiu e acabou atingindo um senhor de 58 anos que caminhava pelo bairro de Vila da Penha, na Zona Norte do Rio.

“É esse tipo de situação que precisa ser combatida e evitada no Paraná e em todos os estados brasileiros. O GNV se tornou um combustível mais atrativo, pois é mais barato e apresenta rendimento superior ao da gasolina e do etanol”, pontua. Fernanda ressalta, no entanto, que a instalação do kit gás só pode ser feita em oficinas homologadas pelo Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (IPEM). “Se essa exigência não for respeitada, teremos mais esse saldo negativo no trânsito brasileiro”, enfatiza.

Relatorio Final – Pesquisa de Mercado – Status Veiculos GNV


APOIA recebe certificado Laço Amarelo

Em 2019, a Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção Acreditados (APOIA) se tornou uma entidade Laço Amarelo. O objetivo é somar esforços com empresas e instituições que trabalham para promover a segurança do trânsito e a mudança nas estatísticas das ruas e estradas do Brasil.

Com a adesão, a APOIA passa a ter acesso a todo acervo de pesquisas, estudos e materiais, além do direito de utilização da marca Laço Amarelo em embalagens, camisetas, veículos, mídias sociais, produtos, e outras peças promocionais.

Quem adere ao Programa Laço Amarelo recebe um reconhecimento por meio de um certificado, tem acesso à ferramenta de autoavaliação em segurança viária e à conteúdos e materiais de comunicação relacionados à segurança viária, além de acesso a todo acervo de pesquisas, estudos e materiais do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV).


A lama que mata nas estradas brasileiras

Crédito: Agência Brasil.

 

Everton Pedroso, presidente da APOIA

As imagens chocantes da tragédia ocorrida na última sexta-feira (25) em Brumadinho (MG) não saem da cabeça dos brasileiros nos últimos dias. Nesta quarta-feira (29) logo cedo, os engenheiros que atestaram a estabilidade da barragem e assinaram o laudo de vistoria da barragem para a Vale do Rio Doce foram presos.

Até agora já foram confirmadas 65 mortes. Esse número pode passar de 300, porque até o momento 288 pessoas ainda estão desaparecidas. Em 2015, foram 19 mortos em Mariana (MG), em uma situação bastante semelhante.

Sim, esses números impactam. Vidas, uma ou várias, quando chegam ao fim de forma trágica, encerram projetos, sonhos e destroem famílias.

No trânsito brasileiro, a situação é ainda mais grave. Em 2017, o número de mortes nas ruas e estradas do país passou de 41 mil vítimas. Pesquisas mostram que outras milhares ficam com sequelas. Mas esses números não chocam mais a população. Não há lama, não há multinacional de renome e nem responsáveis técnicos presos.

Crédito: Divulgação PRF.

Trânsito brasileiro mata mais de 40 mil pessoas todos os anos.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, as falhas mecânicas são a quarta maior causa de acidente declaradas pelos motoristas no Brasil. Perdem apenas para falta de atenção, excesso de velocidade e desobediência à sinalização. Estão à frente de questões como não manter distância segura e ultrapassagens indevidas.

Em outra pesquisa, o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) aponta que cerca de 5% dos acidentes têm motivação em falhas no veículo. Pode até parecer pouco na proporção, mas em um país onde o trânsito é considerado o quinto mais violento do mundo, esse índice ganha proporções assustadoras.

O Código de Trânsito Brasileiro exige que determinados tipos de veículos, usados em caráter comercial ou de prestação de serviços, passem por inspeções veiculares regulares. O objetivo é certificar que ele está em boas condições de uso e de tráfego e tem autorização para circular.

A dúvida que paira nessa hora é a seguinte: da frota que deveria ser inspecionada, qual o porcentual está com a documentação regular e apta para transitar? Mais grave ainda: desse total que conta com a certificação, o processo de inspeção corresponde a todas as exigências de órgãos como Inmetro, Denatran e Conama?

Será que se, ao aumentar o rigor na fiscalização desses veículos, não teríamos menos ocorrências e menos mortes? Quantas Brumadinhos e quantas Marianas seriam poupadas?

O sangue que escorre pelas ruas e estradas brasileiras é tão tóxico quanto a lama das barragens. A diferença é que ele cai em porções graduais e, por isso, choca menos e é incapaz de sensibilizar os nossos gestores.

 


Diretor da APOIA é entrevistado do Pé na Estrada

Rubem Melo fala ao Pé na Estrada sobre o trânsito de caminhões com eixo suspenso.

O Programa Pé na Estrada do dia 13 de janeiro reapresentou uma matéria exibida originalmente em junho do ano passado, em que aborda a polêmica envolvendo o tráfego de caminhões com eixo suspenso. Um dos entrevistados foi o engenheiro mecânico Rubem Penteado de Melo, especialista em Segurança Viária e vice-presidente da Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção Acreditados (APOIA).

De acordo com Melo, suspender o primeiro eixo da carreta vazia proporciona maior segurança aos motoristas e demais usuários das rodovias. Mas o engenheiro destaca que isso só é válido para os casos em que o veículo está sem carga, caso contrário o risco de acidentes é ainda maior. A suspensão de pagamento de pedágio em rodovias estaduais para caminhões com o eixo suspenso foi uma das conquistas dos caminhoneiros durante a greve realizada em maio de 2018.

Veja a matéria completa.

 


Ônibus que se envolveu em acidente em Campo Mourão estava irregular

O ônibus da Viação Mourãoense que caiu numa ribanceira às margens da Estrada da Boiadeira (BR-487, no quilômetro 177) na madrugada de quarta-feira (28) e resultou na morte de dois trabalhadores de um frigorífico da região de Campo Mourão estava circulando de forma irregular pelas rodovias. O veículo não tinha licença e nem registro junto ao Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), que são algumas das exigências para se realizar o transporte de passageiros.

Para ser utilizado como meio de transporte de passageiros, os veículos – sejam eles vans, ônibus ou micro-ônibus –, precisam estar adequados conforme as exigências do Decreto Estadual 1821/2000, que estabelece o regulamento dos serviços de transporte rodoviário de passageiros, além de possuir Licença de Fretamento.

Uma das suspeitas levantadas no acidente é a de que houve falha mecânica no ônibus, o que levou o motorista a perder a direção. Veículos que realizam transporte de passageiros passam, obrigatoriamente, por inspeção veicular anual.

A advogada Fernanda Kruscinski, assessora jurídica da Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção Acreditados – APOIA, aponta a falha na fiscalização dos órgãos competentes. “Se existisse uma fiscalização constante, esse episódio poderia ter sido evitado”, afirma.

Acidente

Duas pessoas morreram e 26 ficaram feridas, algumas em estado grave, no acidente envolvendo trabalhadores que seguiam para o trabalho em um frigorífico na região de Campo Mourão, no centro-oeste do Paraná. O acidente aconteceu na BR-487.

Em nota, o DER afirma que a fiscalização do transporte comercial é realizada em todo o Paraná, com pelo menos uma operação de grande porte por mês em cada região. Ainda segundo o DER, a Viação Mourãoense é registrada no órgão, porém não consta o registro do veículo para realizar serviço de transporte intermunicipal e não há a regularização da licença nos últimos dois anos.