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Irregularidades em veículos de transporte escolar colocam em risco a segurança de milhares de crianças

Nos próximos dias, milhares de crianças e adolescentes retomam a rotina escolar e esse movimento representa um acréscimo significativo no volume de veículos nas ruas. Para muitas famílias, uma alternativa é recorrer aos serviços de transporte escolar.

A maior preocupação dos pais e familiares está relacionada à segurança dos estudantes no trajeto entre a casa e a escola. O estado do Paraná possui uma frota de mais de 11 mil veículos cadastrados junto ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PR) para realização do transporte escolar, sendo que sua maioria está irregular, com veículos circulando de forma clandestina e em desacordo com a legislação vigente.

O fato de estar oficialmente registrado no Detran não significa estar com a manutenção em dia e nem mesmo com os equipamentos de segurança obrigatórios exigidos pelo Código de Trânsito Brasileiro. Foi isso o que demonstrou um levantamento recente realizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) exclusivamente entre os veículos oficiais que transportam estudantes – ou seja, aqueles que pertencem ou prestam serviço aos órgãos públicos como prefeituras.

De acordo com a análise do Tribunal, dos 3.932 veículos oficiais municipais e estaduais destinados à condução de alunos da rede pública de ensino, 1.744 não possuem cadastro de inspeção veicular e 1.942 estão com a inspeção veicular atrasada. A assessora jurídica da Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção Acreditados (APOIA-PR), Fernanda Krucinski, lembra que esses veículos não estão só irregulares e descumprindo a legislação. O mais grave, segundo ela, é o fato de colocar crianças em risco diariamente.

“E esse é apenas o panorama dos veículos que fazem o transporte da rede pública. Se fosse analisada toda a frota, incluindo as vans e os ônibus particulares, o cenário seria ainda mais preocupante. Isso significa que são crianças, adolescentes e jovens que estão diariamente expostos aos perigos do trânsito”, alerta a advogada.

Legislação

Fernanda explica ainda que o Código de Trânsito exige a realização de inspeção veicular a cada seis meses em veículos de transporte escolar justamente para garantir a segurança dos passageiros, sob pena de multa e apreensão do veículo para quem não seguir essa regra.

Nesta inspeção, são verificados os equipamentos obrigatórios e de segurança como cintos, sistema de freios, suspensão, faróis, entre outros itens. A inspeção veicular deve ser realizada pelos órgãos estaduais ou municipais de trânsito ou por empresas de inspeção veicular autorizadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), que possuem em seu quadros técnicos mecânicos e engenheiros especializados no assunto, além da infraestrutura exigida na legislação para fazer essa análise.

Fernanda comenta que o índice de reprovação dos veículos durante a inspeção é bastante alto. De acordo com dados da APOIA-PR, cerca de 52% dos veículos são reprovados na análise de segurança veicular.

Acessórios como freios e suspensão, por exemplo, precisam ser submetidos a testes que são realizados em equipamentos mecanizados adequadamente aferidos pelos órgãos técnicos, como é o caso do Inmetro. “Nem sempre os órgãos públicos possuem essas estruturas de verificação e a análise dos veículos pode ficar comprometida”, observa.

Por isso, a advogada alerta aos pais que usam esse tipo de serviço de transporte para ficar atentos à documentação, tanto do condutor quanto do veículo. “Os pais têm o direito de pedir para verificar se aquele serviço atende a todas às exigências legais, como o certificado de inspeção veicular, e se o motorista tem o perfil adequado para transportar diariamente seu filho”, orienta.

Estatísticas

Em todo o Brasil, a estimativa da Federação Nacional de Transportes de Escolares (Fenatresc) é de que existam mais de 120 mil veículos realizando transporte escolar, sendo que o modelo mais utilizado é a Van (microônibus).

O trânsito é o principal responsável pela morte de crianças e adolescentes com menos de 14 anos no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2012 foram registradas 1.862 mortes nessa faixa etária, sendo: pedestres (584 mortes); passageiros de veículos (547 mortes); passageiros de motos (170) e ciclistas (136 mortes), além de outros não especificados (425 mortes).


Metade dos carros abastecidos com GNV estão irregulares

Passado mais de um ano que a Lei do GNV entrou em vigor no Paraná (Lei 18.981/2017), proibindo os postos de combustíveis de abastecerem os carros que não apresentarem o selo de regularidade, ainda é raro ver esse tipo de exigência nos estabelecimentos do estado. Uma pesquisa realizada pela APOIA – Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção Veicular Acreditados em 31 postos de Curitiba e Região Metropolitana mostrou que 46% dos veículos que abasteceram com GNV estavam em situação irregular – ou seja, não estavam com a documentação em dia junto ao Detran ou não tinham feito as inspeções anuais exigidas por lei.

No Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), 35.253 veículos são registrados com combustível GNV – o equivalente a 0,5% da frota estadual. Quase metade deles está em Curitiba, num total de 17.292 veículos.

Segurança

A advogada Fernanda Krucinski, assessora jurídica da APOIA, explica que o selo é a garantia de segurança tanto para o posto quanto para a população em geral, pois atesta que o veículo que está sendo abastecido com GNV passou pelo processo de conversão em uma oficina credenciada pelo Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), que instala o kit de conversão e fornece o Certificado de Homologação de Montagem. “O selo é o comprovante de que o veículo com GNV passou pela inspeção veicular e é seguro, do ponto de vista técnico. O objetivo é evitar riscos aos passageiros e todos os usuários do trânsito”, esclarece.

Fernanda afirma que a legislação brasileira permite o uso do GNV como combustível veicular, desde que sejam feitas modificações nos carros. “Muitos proprietários de veículo preferem trocar o álcool, gasolina ou diesel pelo GNV porque o custo desse combustível é mais barato que as demais opções. Por isso, em períodos de recessão econômica, a tendência é aumentar a procura por esse tipo de insumo. O problema é que se isso não for feito de forma segura, em um local especializado, em vez de um benefício será um risco a mais para toda a sociedade”, pondera Fernanda.

Custo-benefício

Só para citar como exemplo, em Curitiba o metro cúbico do GNV atualmente custa, em média, R$ 2,54. Já o litro da gasolina comum custa cerca de R$ 4,10; do etanol sai por R$ 2,60 e do diesel R$ 3,30. Segundo a Compagas, além da economia na bomba, o GNV é menos poluente que os combustíveis líquidos e ainda rende mais – chegando a rodar quase o dobro em comparação ao etanol. Com o GNV, o veículo roda, em média 13,2 quilômetros por metro cúbico, enquanto com a gasolina faz 10,7 quilômetros por litro e com o etanol, 7,5 quilômetros por litro.

Os usuários de GNV no Paraná contam ainda com um desconto no valor do IPVA, o que torna o combustível ainda mais rentável. Para carros não convertidos ao GNV o IPVA é de 3,5% do valor do carro; para carros convertidos para o GNV, o IPVA é de somente 1% do valor.

Penalidades

De acordo com a Fernanda Krucinski, os postos de combustíveis que descumprirem a lei podem receber multas e, em caso de reincidência, podem até ter o alvará de funcionamento cassado. “A legislação é clara e, se aplicada corretamente, os veículos clandestinos e irregulares não deveriam ser abastecidos nos postos de GNV. Assim o frentista estará protegido, o posto de combustível resguardado e os cidadãos seguros”, pontua.

A Compagas atende 36 postos revendedores de GNV instalados nas cidades de Curitiba, Campo Largo, Colombo, Paranaguá, Pinhais, Ponta Grossa e São José dos Pinhais. Um posto em Londrina comercializa o GNV fornecido pela GasLocal.

Pesquisa

A pesquisa da APOIA foi realizada em 31 postos de Curitiba e Região Metropolitana, em 2017. O objetivo foi quantificar percentualmente os veículos sem a devida avaliação de conformidade para utilização do GNV a partir de uma amostra representativa. No total foram anotadas 500 placas do estado do Paraná (média de 17 placas em cada posto). Depois do levantamento, foi realizada a consulta das placas em sistema oficial do Detran para checar a situação do veículo quanto à regularização do GNV. As informações obtidas neste estudo possibilitaram à APOIA identificar o total de veículos que utilizam GNV e estão em situação irregular ou clandestinos.


Resolução que exigia dispositivo de segurança em caminhões é suspensa pelo Denatran

Os gestores do trânsito no Brasil continuam a dar mostras de que a segurança nas ruas e estradas do país depende de interesses políticos. O Diário Oficial da União trouxe nesta quinta-feira (10) a publicação da suspensão, por um ano, da resolução 563 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que estava em vigor desde 1.º de janeiro deste ano e exigia a instalação de dispositivo de segurança em caminhões basculantes para evitar o acionamento da caçamba enquanto o veículo estivesse em movimento.

No final da tarde de quarta-feira (09), o deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS) já comemorava a decisão antecipadamente, após encontro pessoal com o diretor-geral do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Maurício José Alves Pereira. Em sua página pessoal no Facebook, Alceu Moreira aproveita para mostrar seu poder político junto ao órgão de trânsito.

O diretor executivo da Federação Nacional dos Organismos de Inspeção Veicular (Fenive), Daniel Bassoli, salienta que uma decisão administrativa e política não poderia se sobrepor a uma resolução definida em um colegiado técnico. O Contran conta com seis Câmaras Temáticas criadas para estudar e oferecer sugestões e embasamento técnico sobre assuntos específicos nas decisões do Conselho. Cada uma é composta por 18 representantes – titulares e suplentes – de órgãos governamentais e da sociedade civil organizada em assuntos referentes ao trânsito.

A advogada Fernanda Krucinski, assessora jurídica da APOIA – Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção Veicular Acreditados – e da ACOI – Associação Catarinense dos Organismos de Inspeção –, explica que pela hierarquia das leis no Brasil, um ato deliberativo – como foi o do diretor do Denatran e que também responde pela presidência do Contran – não poderia suspender uma resolução sem qualquer fundamentação. “A resolução foi elaborada com base nos estudos de segurança do trânsito e com apoio do Ministério Público do Trabalho, que tem como objetivo garantir a segurança do trabalhador que utiliza os veículos. É inadmissível que uma questão política, que visa a apenas uma economia provisória das empresas se sobreponha aos interesses da coletividade”, analisa Fernanda.

Resolução 563

O objetivo da instalação desse tipo de equipamento de segurança nos caminhões com caçamba é o de evitar novos episódios como o ocorrido em novembro de 2017, quando um caminhão com a caçamba levantada derrubou uma passarela na BR-376 em Marialva, no norte do Paraná. A estrutura de mais de 5 metros de altura foi arrancada e arrastada pela caçamba.

Mais recentemente, em janeiro deste ano, o motorista de um caminhão morreu e um pedestre ficou ferido depois que a caçamba colidiu com uma passarela na Avenida Brasil, uma das principais vias no Rio de Janeiro. Também no Rio, um outro acidente que chocou a cidade, em 2014, tirou a vida de cinco pessoas por causa de um caminhão de entulho que estava com a caçamba levantada e arrastou uma passarela na Linha Amarela.

Um levantamento da Fenive realizado entre janeiro de 2017 e fevereiro de 2018 mostrou que de 3,4 mil caminhões basculantes analisados, 58% foram reprovados. Destes, 8% foi em decorrência de defeitos ou ausência no dispositivo de segurança. Também foram identificados problemas no sistema de freios, faróis, suspensão e outros itens que prejudicam a segurança veicular.

Questões políticas

Recentemente, outras questões de segurança no trânsito também foram adiadas por questões políticas. A inspeção veicular, que deveria se tornar obrigatória até 31 de dezembro de 2019 foi suspensa por tempo indeterminado em abril. E o início da aplicação de multas em pedestres e ciclistas que circularem fora das áreas permitidas – que deveria ter entrado em vigor em abril – foi adiado para 2019. “A falta de segurança no trânsito brasileiro não pode ser um problema banalizado. As estatísticas de mortes e atropelamentos são um grave problema social no país”, salienta Bassoli.

Dados estatísticos da Polícia Rodoviária Federal mostram que, entre 2010 e 2016, o número de acidentes nas estradas brasileiras caiu quase pela metade, mas aumentou o porcentual de acidentes causados por problemas mecânicos nos veículos. “Estamos em maio, um mês que já se tornou símbolo de campanha de prevenção e conscientização a segurança no trânsito. E todas as iniciativas do Denatran são contrárias a isso, mostrando o descaso com a população”, enfatiza.


APOIA entra com ação para exigir fiscalização nos postos de combustíveis

A APOIA – Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção Veicular Acreditados entrou com uma ação civil pública na Justiça contra o Governo do Paraná devido à falta de exigência do selo GNV nos postos de combustíveis no momento de abastecer veículos com gás natural veicular. Há mais de um ano, o Paraná conta com uma normativa (Lei 18.981/2017) que prevê a obrigatoriedade de os automóveis apresentarem o selo de regularidade para poderem realizar o procedimento. A lei foi criada justamente para aumentar a segurança dos usuários e dos trabalhadores dos postos, afim de evitar acidentes ocasionados por irregularidades na instalação do kit gás.

Apesar do PROCON do Paraná também ter sido notificado diversas vezes pela APOIA, que questionou a fiscalização dos postos de combustíveis, a instituição informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não há ações previstas por enquanto.

 

Aumento da demanda

Com o aumento dos preços nos combustíveis tradicionais, como o álcool e a gasolina, aumentou a procura pelo gás natural. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), o consumo de GNV cresceu 13,9% em maio deste ano na comparação com o mesmo período de 2017. A principal razão para esse crescimento se deve à greve dos caminhoneiros que paralisou o Brasil durante 11 dias naquele mês.

Por outro lado, ao mesmo tempo que aumentou o consumo do gás, nem todos os usuários do produto estão fazendo a utilização de forma regular. A assessora jurídica da APOIA, Fernanda Kruscinski, explica a ação é justamente uma tentativa de evitar novos episódios como os registrados recentemente nos estados do Espírito Santo e no Rio de Janeiro. “A lei é uma ferramenta para dar mais segurança à população. É um instrumento contra qualquer tipo de irregularidade. Aquele motorista que fez a instalação do kit gás em uma oficina credenciada e fez a regularização junto ao Detran pode abastecer normalmente e não vai apresentar riscos para ninguém no trânsito. Já o que não respeitou esse procedimento, não poderá abastecer. É simples”, explica a advogada.

 

Vítimas

No mês de junho, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, duas crianças morreram depois que o veículo em que estavam explodiu, durante o abastecimento. O carro estava com o cilindro enferrujado, não tinha registro junto ao Detran sobre a conversão para GNV e a documentação do veículo estava atrasada desde 2006. Em outro episódio, na cidade de Vila Velha, no Espírito Santo, dois frentistas ficaram feridos depois que um carro equipado com botijão de gás explodiu ao tentar abastecer com GNV.

O Paraná tem atualmente mais de 35 mil veículos registrados com combustível GNV, segundo dados do Detran-PR. Quase metade deles está em Curitiba, num total de mais de 17 mil veículos. A APOIA chegou a fazer uma pesquisa em 2017 nos 31 postos de Curitiba e Região Metropolitana e verificou que 46% dos veículos que abasteceram com GNV estavam em situação irregular – ou seja, não estavam com a documentação em dia junto ao Detran ou não tinham feito as inspeções anuais exigidas por lei.

Fernanda Kruscinski explica que o selo é a garantia de segurança tanto para o posto quanto para a população em geral, pois atesta que o veículo que está sendo abastecido com GNV passou pelo processo de conversão em uma oficina credenciada pelo Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), que instala o kit de conversão e fornece o Certificado de Homologação de Montagem. A legislação brasileira permite o uso do GNV como combustível veicular, desde que sejam feitas modificações nos carros.

 

Custo-benefício

Só para citar como exemplo, em Curitiba o metro cúbico do GNV atualmente custa, em média, R$ 2,58. Já o litro da gasolina comum custa cerca de R$ 4; do etanol sai por R$ 2,50 e do diesel R$ 2,90. Segundo a Compagas, além da economia na bomba, o GNV é menos poluente que os combustíveis líquidos e ainda rende mais – chegando a rodar quase o dobro em comparação ao etanol. Com o GNV, o veículo roda, em média 13,2 quilômetros por metro cúbico, enquanto com a gasolina faz 10,7 quilômetros por litro e com o etanol, 7,5 quilômetros por litro.

Os usuários de GNV no Paraná contam ainda com um desconto no valor do IPVA, o que torna o combustível ainda mais rentável. Para carros não convertidos ao GNV o IPVA é de 3,5% do valor do carro; para carros convertidos para o GNV, o IPVA é de somente 1% do valor.

 

Penalidades

De acordo com a Fernanda Kruscinski, os postos de combustíveis do Paraná que descumprirem a lei podem receber multas e, em caso de reincidência, podem até ter o alvará de funcionamento cassado. “A legislação estadual é clara e, se aplicada corretamente, os veículos clandestinos e irregulares não deveriam ser abastecidos nos postos de GNV. Assim o frentista estará protegido, o posto de combustível resguardado e os cidadãos seguros”, pontua.

A Compagas atende 36 postos revendedores de GNV instalados nas cidades de Curitiba, Campo Largo, Colombo, Paranaguá, Pinhais, Ponta Grossa e São José dos Pinhais. Um posto em Londrina comercializa o GNV fornecido pela GasLocal.